Published 1st may 2009
Texto: Rita Penedos Duarte
Fotos: Paulo Castanheira
NA NOITE DE NATAL DE 2003 O BELGA GEERT KIMPEN DEU INÍCIO À
MAIOR AVENTURA DA SUA VIDA. NASCIA A SUA FILHA E RECUPERAVA
O SONHO DE SER ESCRITOR. SABE AGORA QUE ESSE FOI O PRIMEIRO
PASSO PARA A FELICIDADE.
Se já em pequeno Geert Kimpen queria ser escritor, ser pai não fazia parte dos seus planos. O destino, porém, pregou-lhe uma partida e enviou-lhe uma fi lha que ajudou-o a encontrar a sua função no mundo. No dia em que comemoravam os três anos do primeiro encontro, Geert e a mulher assistiram a um workshop sobre meditação Tantra. Enquanto meditava, Geert viu surgir na sua frente a imagem da fi lha. Registou o momento fugaz, mas não voltou a lembrar-se dele. “Parecia dizer que estava pronta para nascer”. Efectivamente, nove meses depois, na noite de 25 de Dezembro de 2003, nascia a sua fi lha Sol. “Foi uma estrela que se cruzou no meu caminho naquela noite de Natal”, diz Geert. Ao segurá-la nos braços, “olhando aqueles enormes olhos, que pareciam já saber tanto”, disse-lhe que desejava apenas que seguisse os seus sonhos e cumprisse o seu propósito no mundo. Nesse exacto momento apercebeu- se que ele próprio não o estava a fazer. “Como poderia ensiná-la?”.
Foi o dia em que decidiu ser escritor. “Ela lembra-me a razão por que estou aqui. Quando somos pais, cai- -nos em cima a responsabilidade de mantermos os nossos empregos, de criar estabilidade. Mas ela veio e, por causa dela, deixei o meu emprego e decidi que só queria escrever. Sentia- -me tão poderoso que tinha a esperança de que seria bem sucedido”. E foi. O livro de Geert Kimpen está já publicado em sete línguas. Esta certeza, aliás, também já a tinha o escritor brasileiro Paulo Coelho. “Há dez anos conversei com ele neste mesmo hotel onde estamos”, conta Geert. O encontro foi obra do acaso, mas o famoso autor brasileiro vaticinou-lhe um futuro promissor. “Um dia também estarás aqui a apresentar o teu livro”, disse-lhe. E esse dia chegou. Um sonho concretizado que Geert agradece com a extrema simpatia com que responde a todas as questões colocadas, apesar de só ter pisado solo português há cinco horas e já ter dado quatro entrevistas. Diz-se que há três coisas que se deve fazer na vida: ter um fi lho, escrever um livro e plantar uma árvore. Duas estão feitas. “E a terceira?”, questionamos. “Plantei muitas árvores, pois esse é o símbolo da Cabala”, explica. O Cabalista é o título do seu livro, best seller que está a dar a volta ao mundo. Ao acompanhá-lo o autor aproveita para deixar uma mensagem: “Devemos ser o melhor que conseguirmos ser. Ter consciência de que estamos no caminho certo não faz desaparecer os problemas, mas torna a sua resolução muito mais fácil”